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sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Os desafios da alma


Para podermos superar e entender os desafios da vida, precisamos conhecer o nosso interior, nossa alma. Complicado, pois ás vezes parece que não enxergamos nada, e surge algo que não conhecíamos para nos fazer mudar completamente. Nossa alma tem caminhos escuros, apenas quando conseguimos acender a luz interior é que temos a dimensão dos nossos sentimentos, sejam eles bons ou ruins. Ás vezes somos surpreendidos, pois temos atitudes diferentes dos nossos conceitos. Está tudo lá, guardado dentro da nossa alma é a nossa essência. Não devemos temer, pois só podemos conhecer o semelhante se conhecemos a nós mesmos. Como posso amar se não sei o que é o amor? Como dominar meu ódio se não sei o que ele representa para mim? Como ser generoso se nem ao menos acho importante a doação? Como fazer as pessoas acreditarem em mim, se nem eu mesmo acredito? Precisamos passar da escuridão para a Luz.
É a noite escura da alma, de que nos fala São João da Cruz. E assim estavam os apóstolos, desacreditando até mesmo do que Jesus havia falado: "Derribai este santuário, e em três dias o levantarei", para que assim se cumprissem as escrituras.
São João da Cruz nasceu em 1542, provavelmente no dia 24 de Junho, em Fontiveros, província da cidade de Ávila, em Espanha. Os seus pais chamavam-se Gonzalo de Yepes e Catalina Alvarez. Gonzalo pertencia a uma família de posses da cidade de Toledo.Por ter-se casado com uma jovem de classe “inferior”, foi deserdado por seus pais e tornou-se tecelão de seda. Em 1548, a família muda-se para Arévalo. Em 1551 transfere-se para Medina del Campo, onde o futuro reformador do Carmelo estuda numa escola destinada a crianças pobres. Por suas aptidões, torna-se empregado do diretor do Hospital de Medina del Campo. Entre 1559 a 1563 estuda Humanidades com os Jesuítas. Ingressou na Ordem do Carmo aos vinte e um anos de idade, em 1563, quando recebe o nome de Frei João de São Matias, em Medina del Campo. Pensa em tornar-se irmão leigo, mas seus superiores não o permitiram. Entre 1564 e 1568 faz sua profissão religiosa e estuda em Salamanca. Tendo concluído com êxito seus estudos teológicos, em 1567 ordena-se sacerdote e celebra sua Primeira Missa. No entanto, ficou muito desiludido pelo relaxamento da vida monástica em que viviam os Conventos Carmelitas. Decepcionado, tenta passar para a Ordem dos Cartuxos, ordem muito austera, na qual poderia viver a severidade de vida religiosa à que se sentia chamado. Em Setembro de 1567 encontra-se com Santa Teresa de Ávila, que lhe fala sobre o projeto de estender a Reforma da Ordem Carmelita também aos padres, surgindo posteriormente os carmelitas descalços. O jovem de apenas vinte e cinco anos de idade aceitou o desafio. Trocou o nome para João da Cruz. No dia 28 de Novembro de 1568, juntamente com Frei Antônio de Jesús Heredia, inicia a Reforma. O desejo de voltar à mística religiosidade do deserto custou ao santo fundador maus tratos físicos e difamações. Em 1577 foi preso por oito meses no cárcere de Toledo. Nessas trevas exteriores acendeu-se-lhe a chama de sua poesia espiritual. "Padecer e depois morrer" era o lema do autor da "Noite Escura da alma", da "Subida do monte Carmelo", do "Cântico Espiritual" e da "Chama de amor viva".
Era um profundo conhecedor do coração humano. Por isso, “como o amor de Deus e o amor da criatura são opostos, é preciso ir limpando a alma do amor das criaturas para que a graça a invista e encha de amor divino”.
Era conhecido como o Doutor Místico, e influenciou grandemente a espiritualidade cristã. Impossível sintetizar o maravilhoso magistério vivo e ensinado pelo Doutor Místico em tão breves linhas. O Doutor é a máxima figura mística do Carmelo. À vida ele une a doutrina e a ciência. A santa vida e a ciência sagrada ou a teologia mística são uma só realidade, como o provam suas magníficas obras. Pio XI, que lhe deu o título de Doutor Místico da Igreja, batizou suas obras como “Código e escola da alma fiel que se propõe a empreender uma vida mais perfeita”. Aqui seguem algumas observações sobre sua rica espiritualidade:Alimentou, quando vivo, através de sua direção espiritual e depois de falecido com seus escritos imortais. Suas obras são lidas e citadas por todos os autores espirituais. WIKIPÉDIA

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